sexta-feira, 9 de novembro de 2007

VERDADE SEM NOME

Hoje bebi do sereno os teus sabores, por recortes da manhã, somados aos nomes da verdade primeira, neste acordar de compromisso, depois da chávena de café, como se todos os andamentos preenchessem o meu compasso, ou todas as outra entregas fossem mais do que pulsares do coração vermelho.
A história tornou-se quase perfeita depois do desejo transcrito, condicionado pelas escapatórias mentais, essas que embaciavam os espelhos do pó inventado, como se o sexo orientasse o tempo secreto. Aqui, no olhar que se esgota, ante os pormenores do frigorífico, tomo a recarga para mais um dia e avanço assim para o mundo do saber, esse amor que sempre me tomou… as minhas opções e os preenchimentos começam a ter nova configuração, pautando-se por pormenores que guardo, para te contar na altura apropriada, apesar de muitas vezes não a encontrar.
Nos meus papéis deixo as anotações, algumas quase ridículas, para não falar das outras que já conheces e a vocação consiste em voltar sempre à terra da verdade, ao seio das mariposas esquecidas que flutuam pelos flancos do desejo tresmalhado. Esse que é mesmo inviolável.
A minha loucura começa sempre quando acordo, depois de colocar a música e começar a cantar na casa de banho, enquanto a espuma toma todas as vertentes e contornos do meu corpo, com o doce que somente tu sabes avaliar... até as mais escondidas entranhas… essas entregam-me ao prazer sem nome, a um rodopio de silêncio absoluto.

09.11.2007
Samuel, o Ventoso

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