segunda-feira, 5 de novembro de 2007
DA MARGEM A OUTRA MARGEM
Não sei o que posso dizer-te depois de nada dizer,
As tuas posturas são posturas que as desenha o vento
Fico na paralisia dos contrastes de ausência…
Sinto apenas uma força que movimenta o peito
Os silvos da palidez da estrada recortada
Como se essa verdade fosse alguma vez verdade.
É inútil recomeçar o que não possui mais sentido,
Olhar e ver que tudo é mentira ainda que diga não!
Fico apenas a observar porque a ferida está ali…
Apenas me valho da escrita para dar sentido
Dar sentido aos princípios sem validade,
Apenas deixei que a fonte do destino mudasse.
Sou da margem, os meus olhos secaram…
A dor tomou um lugar em mim: solidão!
Desapareci dos teus encantos sem que o fosse
A chama ficou oculta e será vedada…
Sou essa pétala ferida, fria, esquecida
Sou da margem, a margem enorme da vida.
05.11.2007
Samuel, o Ventoso
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