domingo, 5 de agosto de 2007

PERDIDO NA NOITE

Precisava de ti, deste-me com os pés, respondeste friamente, como se de algo indesejável me tratasse… comecei a sentir-me a mais! Confesso!... Liguei-te, não me atendeste o telemóvel, mandei-te mensagem… nada disseste. Um corte, mais outro corte… certamente se fossem assim para ti, gostava de ver. Concluo, ainda que possa concluir mal, que não gostas de mim, que queres distância, que não mais interesso. Pensamento negativo... um pedaço. Senti-me e sinto-me rejeitado. Gosto das pessoas erradas, dos que por amigos penso ter, amigos errados, esses que não são meus amigos, apenas conhecidos. Engoli fortemente tal atitude e tão violentamente foi o embate que fiquei aterrorizado mais uma vez. Desculpa o desabafo, é o que sinto, ainda que sinta mal tudo isto. A minha sensibilidade mata-me... tem-me vindo a destruir e ainda não aprendi.Perdido na noite, sem sentido, no vazio que se amplia... sinto-me só, mais só do que tudo o que se possa pensar! Já nem penso... apenas escrevo para esquecer tudo isto que neste momento estou a sentir. Amanhã é outro dia, o dia que não posso definir, o dia que não estarei como me sinto agora.
É necessário atear um pouco mais o fogo do interior, aquele que possa dar sentido à minha vida, aquele que possa ser real em amor, que não esteja perdido e que ainda possibilite dar mais um passo, sem uma lágrima, sem dor.
Entendo esses estados oscilantes, as palavras que circulam, outras que chegam de modo que as não entenda e muito menos percebo o que desejo perceber. O meu grito é surdo, a minha súplica não faz mais sentido e se a morte me tomasse no decurso do sono era boa a minha paz eterna. Era boa...
Não peço nada, não quero nada, apenas deixo um pedaço de mim para ninguém, apenas não quero mais gostar de ninguém... apenas quero o silêncio e esquecer que a realidade é mesmo assim. Cansado de tanta dor, desejo silenciar, poder apagar, envolver-me de vazio, de apatia, indiferença e matar todos os meus sentimentos por quem quer que seja.
É esta a realidade que está dentro de mim, o meu sentimento, não encontro mais amizade, muito menos domino este sentimento. Sinto-me assim, não quero magoar, mas não sei do fim, sinto vontade de chorar, vontade de nunca mais voltar. Vontade por tudo e por nada... fica o meu ser mudo e continuo a caminhada sem com ninguém de que goste poder desabafar. Agora confesso o que sinto...
Nada quero!
Sinto-me a mais…
Sinto-me indesejado
Gostar dos outros é mau
Se gosto, sinto-me mal.
O que sinto não posso dizer,
É perturbação, cansaço
Vazio que dilata!
Dor que corrói profundamente
O desprezo mata
As más vontades abundam
Amigos… é mentira…
Desabafar não convém!
É terrível amar alguém
Ser indiferente é saudável
Morra o meu ser mil vezes
E que me transforme no teu vazio
Nessa frieza que oprime
Possuída de indiferença.

03.04.2006 – 23:10h

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