domingo, 5 de agosto de 2007

EMBATE E FUGA

Procuro a simplicidade, a ordem, mas, os olhares desnudam a minha alma, como se fosse o princípio e o fim de tudo. Surgem sentimentos que sacrificam o meu percurso, as colinas do amor e as ruas da solidão. Demagogias num castelo de ilusão!Para o primeiro início, para a primeira verdade, talvez seja fictício, a inabalável estrutura da amizade contornada de semblantes. Para o primeiro início coloco-me a caminho. Confesso-te que falar de sentimentos não é tarefa fácil, são como os pensamentos, mudam, confundem-se, circulam ao sabor dos ventos e aquilo que me parece tão óbvio deixa de o ser quando menos espero. As coisas são e deixam de ser no tempo e no espaço, restando apenas a liberdade do pensamento, em puros actos mentais, em estado de vigília considerado.
A real aparência das coisas é uma transmutação de gestos enganadores, de fugas que se dissolvem em outras.
Sinto pedaços de uma realidade que desconheço, é uma chama quente e fria, uma força, um endereço que se define e perde numa rua de fantasia, em outro lugar distante, tomado pela saudade e pela nostalgia.
As coisas apresentam-se sem que eu exija algo, distraem-me e confundem-me um pouco mais, os sentidos enganam-me e tomo por verdade a aparência. Não dizes nada… desapareceste do horizonte, enganaste a realidade, foi embate e fuga às danças do corpo. Foi…!Disperso-me em esperanças vãs, iludo-me e o embate com a realidade é uma situação diferente, não fosse tudo uma passagem de forças ocasionando embates e fugas.
Continuo a escrever para te dizer o que não digo, talvez o início do fim, o fim que não quero, mas aquele que tem de ser… embate e fuga.

22.03.2006 - 11:34h

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