segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

POR CADA GOLFADA

Passos, sentidos que se prolongam, vontades que se perdem e situações que se criam numa entrega de si para ninguém.
No ímpeto do invisível lanço o meu silêncio enchendo o contorno da talha dos balouços, o lugar dos odores do sexo, onde a identidade corre nua, para lá do sentido esbranquiçado.
Os bosques guardam as delícias do crepúsculo… nesse toque profundo o meu corpo entrega-se numa rememoração divina, como que se a verdade inchasse por cada dia. O círculo divino absorve cada vez mais, este é o imortal lugar onde te guardo, com a vontade inexorável do compromisso, cada vez mais esplendoroso. O corpo do silêncio cobre-nos por cada golfada de ar que se respira. Imortal paz da alegre entrega dos sorrisos, os únicos fogos do espírito, cujas raízes seguem um interminável apaziguamento, a unicidade no modo de sentir. A serenata do silêncio aproxima-nos cada vez mais, somos no buliço do inumerável, entre os rostos perfumados, a dança eterna da memória.

28.02.2008 – 16:30h
Samuel, o Ventoso

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