sábado, 22 de dezembro de 2007
DESENHO QUE DILACERA
A palavra ficou tomada no lugar indizível, com a distância das fibras paralelas, enquanto te deitas a adivinhar dos lugares do esconderijo, isso que inviabiliza a minha forma de ser, tudo isso que constitui a condição humana, pelas forças que não têm nome. A penúria das palavras é a eclosão inaudível, ligada aos fenómenos estranhos, esse desejo flamejante que entrelaça o corpo e o futuro da existência.
O incorpóreo da viagem é um susto delineado, por movimentos que se vão empacotando, lentamente, no glaciar da preservação. Tomamo-nos na eternidade inacabada, com o perfil das democracias e todos os fluxos que consagram o diálogo. Na inércia de mim mesmo escuto o teu sermão surdo, enquanto te espero e não vens! Apenas um passeio de situação e desculpas, sempre as mesmas histórias que se continuam a repetir, como se o sentido procurasse o seu escondimento nos filtros. Estou aqui mas não sei porque estou, apenas estou no modo de estar, no intervalo dos outros modos. O riso escapa às variáveis temperaturas e a mentira segue a outra vertente. Não sei o que se passa, não me apetece falar… a tarde um dia destes será maior, entre a postura árida.
Depois das tuas conversas, senti que todas as minhas posturas são inúteis para ti, senti e agora não tenho mais vontade para dizer o quer que seja! Entendo que entendes isto muito bem e a ausência é a melhor das formas para selar a situação inacabada. Pintamo-nos de mil cores, não fique uma sequer sem ser alterada, é necessário profanar os labirintos porque a espera ultrapassou os limites talhados. Estou doente! Existe uma gotícula de orvalho na minha alma, o silêncio maléfico ante o sangue que organiza. Temperamento fétido, por um vácuo intempestivo, ao pulsar que dilacera e assim o desenho expande… continuo a acreditar que ainda é possível acreditar.
22.12.2007
Samuel, o Ventoso
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