sábado, 27 de outubro de 2007

ABSOLUTAMENTE INÚTIL

Rua dos Nomes, de Samuel Bastos Ventoso
Agradam-me sempre as tuas palavras, essas que somente tu sabes ter para mim, apesar da inutilidade de tudo... absolutamente inútil essa postura. Pergunto-me pela utilidade do quer que seja e para o que seja. Interessante reflectir sobre estas coisas. Mas afinal, tudo serve para quê? Qual o lugar do quê absoluto? É absurdo tudo, seja qual possa ser a postura e o que dela se possa dizer, esse mesmo próprio acto de justificar o quer que seja.
Algo parece-me acontecer que não entendo muito bem, mas algo toca o meu corpo, algo o abana, ele estremece, talvez por ter pensado o tema, por ter ido mais às raízes ainda que não o tenha concluído, contudo, acordei assim a pensar em tudo isto. Sim, penso que começou esta noite quando já de madrugada me deitei, e tomado por algum frio me envolvi em alguns cobertores a mais. Num curto espaço de tempo vi passar a minha vida, vi que tudo não serviu para nada, tanto os encantos como os desencantos, como a felicidade ou infelicidade. Até a própria morte não serve para nada, nem Deus, nem a fé ou ateísmo... nada serve para alguma coisa, tudo apenas para iludir, uma ilusão que irrompe sentidos, falsos sentidos para preencher num tempo que se avizinha e postula por breve. O fim aguarda-nos! E para que serve o fim? Para nada...
Algo se está a passar comigo, mas sinto-me a desprender de tudo, sentindo apenas o desejo de escrever, sim, dizer o que penso e sinto, ainda que isso mesmo para nada sirva, como não servem todas as coisas que disse até aqui e as que vou dizer a seguir.

27.10.2007
Samuel, o Ventoso

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