sábado, 24 de março de 2007

REGISTOS DO ACASO

Julguei entender-te! Apenas fui tomado pelo engano, desde aquele dia, desde aquela passagem, o momento que considerei.
Questiono a minha postura nesta vida. Será que não posso ser feliz neste mundo onde me encontro? Sinto-me deslocado, talvez rejeitado, preterido pelas condições do sistema envolvente. O meu mundo esconde um outro mundo, feito de outras situações, de outros sorrisos e motivos desarreigados.
As mesmas coisas parecem tomar sempre os lugares comuns, numa ansiedade oblíqua, quase disforme, face aos conceitos comuns, ainda que a crença sustente um outro princípio, aquele que hoje já não tem significado para mim. As palavras embelezam a comunicação e os actos passaram-me ao lado, sem que eu precisasse da vida para te afirmar o quer que seja. Sou no meu mundo de palavras em mudança, agora somente só, já não sou mais uma criança, sou apenas o amigo que deambula no mundo.
O tempo parece parar e todas as metáforas sustentam-me impulsos, verdades temporárias, em acordo com as formas que não consigo conceber.
O sentido é apenas sentido quando o sinto… procuro respostas, contudo as interrogações surgem em catadupa!
Incomoda-me os esterilhos das crianças, confesso que não tenho paciência; a guincharia, gritos por tudo e nada tiram-me fora do sério… poupem-me por favor! Crianças incomodativas, não. Determinadas situações não me agradam, e os registos do acaso, continuam a revoltar-me, sem que muito seja sentido fora desta esfera.
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Grande Porto - Rio Tinto, 18 de Março de 2007 – 11:08h
Samuel, o Ventoso – Escrito na pastelaria “DelRio”

domingo, 4 de março de 2007

CONTORNO E RECANTOS

Acabo o tempo,
Muito leve!
Sem espectros
Sem nada…
Apenas o consolo
Consolo do desconsolo!
As sombras marotas…
O beijo futuro…
O nada sem sonho
Muito azul… esta foz!
Os nomes do abandono
Sonhos pintados no contorno
Entre os cubículos e os recantos
Esta balada que ensurdece
Tomando as agonias do alto
No eclipse dos sentimentos
Ao escrito no vento, em salto.
Eclipse das emoções…
Da manhã que termina na noite,
Entre o espanto absoluto
E a força de inexistência.

Grande Porto (Rio Tinto – Venda Nova) – 04 de Março de 2007 – 16:56h
Samuel, o Ventoso